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escolho tempestade sempre que posso
mil vezes tempestade que me arrasta como quer, me distorce, desequilibra, ensandece, envaidece, humilha, assusta, enraivece, me derruba, atira lama em meu corpo até sufocar narinas e entranhas, de onde posso gritar, e que me faz correr, sem rumo, desesperada
antes o desprezo e a negligência, o uso egoísta e irresponsável, a negativa, a rejeição, e o tapa e a porrada certeira
mil vezes viver...
ao silêncio
esse nada
à indiferença
essa morte
ao esquecimento
esse luto
infinitas vezes arrebentar minhas ondas em rochedos e lamber-lhes o sal que lhes imprimo
... a um laguinho parado – poça turva, suja e morna – aparência de túmulo
sou oceano
necessito deitar ondas e desejar a areia,
despejar segredos e tragar o que em mim jogarem
não posso ser calmaria
preciso do espanto das nuvens carregadas molhando minha alma
de barcos invadindo meu ser a procura de alimento
quero pescador
a ouvir meu canto
se perder em minhas profundezas
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